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A Organização Mundial de Meteorologia anunciou esta semana que a Terra viveu, este ano, o verão mais quente jamais registado no Hemisfério Norte. No Hemisfério Sul também foram batidos muitos recordes de calor em pleno inverno austral.
Cheias, inundações, secas, ondas de calor e incêndios têm atingido todos os continentes em proporções dramáticas e, muitas vezes, sem precedentes. Os extremos meteorológicos estão a custar vidas humanas e danos irreversíveis para as economias e ambiente.
Simultaneamente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, na reunião do G20 realizada na semana passada, referiu que o “nosso clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar, com fenómenos meteorológicos extremos a atingir todos os cantos do planeta”, mostrando a necessidade de se cumprirem as metas de Paris, na redução da temperatura média global. E concluiu que “o colapso climático começou”.
A verdade é que todos concordamos com o tema, mas ninguém está disposto a contribuir individualmente para esta causa coletiva! Todos resistimos à mudança.
Não se consegue eliminar faixas de rodagem para se introduzir um corredor BUS ou pistas cicláveis, não se consegue eliminar lugares de estacionamento para se ampliar passeios e, até, rejeitamos reforçar os corredores verdes tão relevantes nesta equação. Aliás, somos incapazes de deixar o carro mesmo numa deslocação de um quilómetro, persistindo a nossa dependência aos combustíveis fosseis.
Em síntese, o colapso ambiental é uma realidade, mas pior parece ser o colapso deste modelo, que é extrativo. Explora tudo até às últimas consequências, negligenciando a sobrevivência das próximas gerações.