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Poucas atividades serão tão democráticas como o futebol. Há adeptos da classe A à classe Z e é precisamente nessa mescla que reside a riqueza de um desporto que consegue parar o país. E até os grunhos fazem falta, porque sem eles, pelo menos sem gente de comportamento grunho, muitos dos programas de comentários ficariam sem painel. O pior é quando o baixo nível atinge as altas instâncias. A nova geração de dirigismo nacional, sobretudo nos três do costume, que parecia marcar um virar de página no palavreado manhoso de outros tempos, depressa resvalou para o discurso caceteiro e agressivo de entender que só ganha quem faz batota. E que isto está tudo feito contra "nós". A derrota é sempre culpa dos outros. Mais do que uma bola, ao futebol português muitas vezes fará falta um espelho.