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Que cidade queremos para o Ano Novo que inicia amanhã, num mundo de guerras complexas, fome, migrações sem destino, alterações climáticas com repercussões irreversíveis, enfim, num mundo com tantas assimetrias?
Desejo cidades determinadas e ousadas, responsáveis e com sentido de comunidade. Utilizando um pensamento muito simples do Papa Francisco, e tão sublinhado nos diversos discursos, desejo os três “tês”: Terra, Teto e Trabalho. Que todos tenham direito à Terra, essencial para a sobrevivência da humanidade, já em sofrimento com os problemas do ambiente, em parte por causa da consolidada cultura do desperdício. Que todos tenham um Teto, o direito a uma casa para habitar com esperança, face à especulação imobiliária, aos despejos forçados e ao abandono de populações vulneráveis em situações de precariedade ou falta de abrigo. Que todos tenham direito ao Trabalho digno. Que o trabalho, não seja apenas um meio de subsistência, mas uma forma de estar na comunidade e criar essenciais solidariedades.
Urge, assim, fortalecer sociabilidades, e a vida de proximidade, aquela que permite conhecer os vizinhos e criar afetos. Urge reequacionar os usos e funções do território, administrar as suas localizações, promover a mobilidade sustentável, valorizar o espaço público, estabelecer corredores ecológicos, verdes e azuis. Urge evitar as medidas avulso, aleatórias e a reboque dos fundos comunitários! Que 2025 seja um ano em que se tente ferir menos a dignidade humana, e se consiga observar mais, a bela palete de cores que as cidades, todos os dias, nos oferecem.
A cidade é casa comum de todos. Por isso, cuidemos dela!
A todos, um excelente Ano 2025!