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Vivem-se momentos dramáticos na comunicação social portuguesa, em particular, no JN, TSF e DN, justamente, no ano em que Portugal festeja os seus 50 anos da instalação da democracia.
Como vamos comemorar este importante aniversário quando assistimos a uma profunda crise por via da aquisição da Global Media Group por um abstrato e impessoal fundo?
Foquemos hoje no JN.
Este jornal é muito mais do que um meio de comunicação social. É a voz de um povo, eco de uma cultura e de um território social e físico que todos os dias se constrói e reconstrói. É a divulgação da adrenalina, do sentimento, do sentido de uma cidade. E as notícias, as crónicas, as entrevistas impressas nas suas páginas são arquivos vivos que todos os dias guardam a nossa história.
O JN, uma história com 135 anos contada localmente e distribuída nacionalmente, é património da cidade do Porto, do Norte e de Portugal. De resto, o único com esta escala.
Sempre cumpriu a pluralidade de opiniões e respeito pela independência editorial, a veracidade da notícia, sublinhando a credibilidade da informação, hoje cada vez mais necessária numa era de fakenews e de tecnologia que a lança ao segundo.
O JN tem um DNA de proximidade. Todos nós crescemos com ele. Presente nas nossas casas e nas mesas dos cafés que habitamos, tem acompanhado a Vida de gerações, assente em correspondentes locais, que todos os dias relatam os acontecimentos de todos os lugares. Muitas vezes, o único que dá voz aos mais frágeis, mais isolados, mais vulneráveis.
Este jornal é, talvez, o elo de maior ligação de toda a região. Quero acreditar que o Norte vai responder, como sempre fez, a mais um desafio, e manter o seu JN vivo!