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As eleições europeias deixaram, de certo modo, mais tranquilos os partidos do denominado “bloco central”, AD e PS, ambos perdedores por não terem atingido aquilo que esperavam em número de eleitos.
Porém, além disso, nada de determinante ocorreu para o futuro das cidades, além do êxito liberal e perda do Chega, que tornaram mais “civilizada” e urbana a Direita que a isso tem direito. Contudo, diria que a Cidade e a Cidadania europeias não se podem considerar mais tranquilas, pois o futuro desta nossa comunidade continua sob enormes riscos. De positivo internamente, a unanimidade do dito “bloco central” no apoio a António Costa para a chefia da governação comunitária, sinal de ambição e bom senso.
Este “acordo” não serve só para isto, é preciso para muito da governação futura, ou seja, para ajustar políticas de desenvolvimento que pensem no país e nos cidadãos e não nas cotas de emprego partidário. Só assim se reconstruirá o país e responderá às ambições da classe jovem que os 50 anos de Abril assinalaram e ao despedir tranquilo dos idosos que contribuíram para gerar esta juventude de talento e desejo.
Camões foi e é uma bandeira, de Cultura e sentimento nacional, de Pátria às vezes esquecida e Povo resignado. De cidades mais próximas no território e ambições de justiça mais igualitária, no apoio ao progresso e desenvolvimento, à saúde e educação, aos caminhos mais limpos de ligação do interior ao litoral. É preciso que a cidadania se inquiete, que os políticos durmam mais sobressaltados pelas responsabilidades que lhes pedem, que exerçam a representação de quem neles confia, com lisura, empenho e responsabilidade. Assim, a Cidade ficará menos inquieta pois será melhor a Cidadania e, sem nacionalismos doentios, o futuro da Pátria Portugal.