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Um relatório recente refere que o valor do mercado global das cidades inteligentes terá uma subida acima dos 100%, impulsionado pela inteligência artificial (IA), pela IoT (internet das coisas) e pelo 5G, a par de um crescimento urbano acelerado.
A revolução das cidades continuará com a recolha e o processamento de dados em tempo real, conduzindo a soluções inovadoras de smart cities. Teremos ajudas preciosas na gestão, com soluções inovadoras na segurança pública, no trânsito, nos transportes e na melhoria geral do ambiente.
Não temos dúvidas de que a IA veio para tomar conta de toda a nossa vida. Quando saio de casa e o smartphone diz para onde vou e o tempo da deslocação, falando comigo como se fosse a minha assistente pessoal, fico nervosa e já só quero trocar-lhe as voltas. Recuso-me a aceitar que saiba mais do que eu. De resto, consolo-me em saber que precisa de meses para saber exatamente onde é o meu trabalho. Os meus múltiplos destinos diários complicam-lhe os algoritmos, o que me anima!
Quando faço o paralelismo para a cidade, acontece a mesma coisa. A cidade é absurdamente humana, heterogénea, imprevisível e afetiva. Por isso, vamos ter sempre um problema de IA, por ser demasiado perfeita para a nossa vida. E se tudo for demasiado perfeito, não há cidade, porque não há diversidade e torna-se desumana.
Em suma, se por um lado a IA nos vai permitir um futuro de gestão do quotidiano das cidades muito mais facilitado, por outro, desejo que o ser humano nunca perca a capacidade de decisão e de remar para onde o seu coração o levar.