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Hoje o mundo é constituído por imprevistos a todo o tempo. São as alterações climáticas, as ondas de calor, as secas, os níveis de poluição, o tráfego e a mobilidade que aumenta, sem cessar, quando tanto temos feito para a melhorar.
São os sismos, as derrocadas, os acidentes rodoviários, as pandemias. Outro tema dramático é o ciclo da água, que põe em causa a sobrevivência humana ou os êxodos por migrações climáticas, estes já maiores que os por motivos económicos ou políticos.
Ou seja, são fluxos ambientais, fluxos da distribuição da água, fluxos da energia, fluxos da mobilidade, fluxos socioeconómicos, que se exige serem mensurados em tempo real, possibilitando a mitigação de problemas e uma gestão mais eficiente do quotidiano da vida nos territórios.
Haverá uma bola de cristal que nos oriente para este futuro cada vez mais incerto?
Lidar com o futuro exige compreender o presente. A cidade inteligente pode ser o caminho. Termos dados em tempo real é decisivo e as autarquias são essenciais neste trabalho, integrando os diferentes “layers” de conhecimento, sob a ajuda das tecnologias que temos disponíveis.
Que práticas de planeamento urbano e do território, de proteção civil, de tráfego e mobilidade ou de políticas económicas e sociais se terão de implementar de imediato, enquadradas e integradas num pensamento estratégico?
As plataformas urbanas inteligentes poderão ser as bolas de cristal para essa resposta. Com elas poderemos evitar atrasos. Poderemos evitar estar horas numa fila de trânsito. Poderemos salvar vidas. Poderemos estar, na hora certa, onde nos esperam para darmos um simples abraço.
*Especialista em Mobilidade Urbana