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A expressão “Geração Nem-Nem” é aplicada aos jovens, entre 15 e 29 anos, que nem estudam, nem trabalham, nem participam em qualquer programa de qualificação profissional.
Dados de 2023 fornecidos pela Eurostat, evidenciam que em Portugal este fenómeno tem vindo a aumentar e já representa aproximadamente 10,6% desse grupo etário. Na Europa, atingiu no ano passado a média de 12,1%. Itália com 19%, Grécia com 17%, enquanto Alemanha e Holanda têm, respetivamente, 7,3% e 5%.
Quanto à distribuição geográfica, os maiores valores surgem nas áreas rurais, onde as oportunidades de emprego são reduzidas, o acesso à educação limitado e as redes de apoio exíguas. Contudo, nas áreas urbanas os valores tendem a aumentar. Algumas das razões apontadas são a elevada competitividade no mercado de trabalho, os problemas sociais como a criminalidade e a marginalização, para além da saúde mental e social.
Ainda, se esta geração Nem-Nem tem surgido mais relevante nos grupos sociais com menos recursos financeiros, os meios abastados apontam, agora, também curvas crescentes. Estes jovens, de famílias ricas, não encontram motivação porque sabem que têm um suporte financeiro garantido.
Em síntese, hoje vivemos novos problemas, motivo de enormes preocupações. Esta geração vai ter novas implicações na familia, na sociedade e, consequentemente, na cidade. E até quando a cidade aguentará este absentismo? Como serão as cidades “nem-nem”?
Todos temos de refletir. Acredito que a cidade só sobrevirá com gerações vivas, ativas, saudáveis e felizes!