Sucedem-se os episódios da vida pública que mostram o estado a que chegou a nossa "classe dirigente", leia-se "atores políticos". Os episódios à volta da TAP (e do que ainda se irá passar na Comissão de Inquérito) são exemplares e a radicalização (até pelo alheamento) da opinião pública, não auguram razoável futuro político para a Democracia, com quem parece estarem todos os seus agentes a brincar.
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É altura de reconhecer que o líder da Maioria governamental "não tem mão nas suas tropas", feitas de "soldados rasos sem formação" e que, na alternativa, os comandos da Oposição não prometem melhor, enquanto o "árbitro" oscila no apito sem controlar a necessária clareza do jogo. Que fica perigoso, como todos percebem, pela especulação dos preços de ingresso nas "bancadas" e as dúvidas do resultado final.
Privatizar a TAP neste clima é pôr os aviões a voar sobre uma capa de dívidas que ficaremos a pagar por muito tempo, sem que a juventude que está a herdar a situação tenha para isso contribuído e, neste e noutros casos acumulados, não tenham sido ouvidos em alguns dos seus alertas.
A Escola está "de rastos", com um ministro claramente "mau aluno" que fez curso de sete anos na governação sem aprender nada; a Saúde tem um "ministro bombeiro" conhecedor da matéria e esforçado, reconheça-se, mas sem conseguir apagar a "terra queimada" deixada pela antecessora; o estado de espírito das "tropas de caserna", o velho PS, anda confuso com tudo isto, em ano especial de aniversário que merecia melhor, em memória dos que o fundaram sob égide de Mário Soares. É em memória deste fundador e do legado que deixou ao país que a perplexidade sobre o que se está a passar aumenta, o Civismo e a Democracia deixam preocupação a quem viveu lutas duras sob seu comando. Será que Costa não vê isto?
* Arquiteto e Professor