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A luta pelo 5.º lugar continua acesa. De um lado o Vitória, que realizou uma campanha fantástica na Liga Conferência, que tem um historial longo nas competições europeias, desde o final da década de 1960, e, do outro, o Santa Clara, que está a fazer um campeonato acima das expectativas. Não é fácil para a equipa mais favorita aguentar a pressão. Mas o Vitória aguentou-a e, com imensa classe, realizou uma exibição convincente, com a alegria e o prazer de jogar que o futebol, por vezes, consegue ter.
O Vitória conseguiu-se desligar da obrigação de ganhar o jogo, do nervosismo que isso acarreta, para, pura e simplesmente, jogar o que sabe. E isso é uma bênção para quem gosta de futebol.
A quantidade de jogadas bem pensadas e executadas foi, assim, enorme, principalmente na primeira parte. Todas as jogadas que deram golos são boas jogadas, mesmo a do golo inaugural. João Mendes voltou a brindar-nos com um golão. A qualidade técnica do jogador é extraordinária. João Mendes é daqueles jogadores que testa ao limite o espetro de sentimentos do adepto. Tanto nos irrita profundamente, como deslumbra. Não há meio-termo. Assinou mais um golo excecional, mas a assistência para o terceiro é de quem sabe o que está a fazer. Telmo Arcanjo, após a receção possível, usou todas as leis da Física para se socorrer da única posição ergonómica que lhe permitiria colocar a bola lá dentro.
Os jogos que faltam não serão fáceis, mas o espírito da equipa parece o certo. Jogar com alegria e aproveitar a classe dos seus atletas: João Miguel Mendes, Filipe Relvas ou Tomás Handel estiveram, para mim, igualmente perfeitos.
Adepto do Vitória