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O clássico do futebol que se joga no Médio Oriente entre Israel e o Hamas tem sido uma experiência surreal de acompanhar. E há fanáticos das claques de ambos os lados. Há aqueles que cegaram pelo ódio eterno ao adversário, mas do outro lado a exaltação é semelhante: mesmo com videoárbitro e imagens em câmara lenta, consideram clarinho como água que o penálti assinalado foi um mergulho para a piscina e merece um vermelho direto. E como fica aquele adepto calmo, com uma visão mais ponderada e que gosta de análises sérias e com nuances? Fica a arder, porque as posições se vão extremando e a certa altura já não é possível ter uma conversa civilizada sobre um jogo cada vez mais sujo.
Voltamos ao velho maniqueísmo. "Se não és por mim, és contra mim". E de repente, dou por mim a evitar comentar o que quer que seja, porque não me apetece entrar em discussões enraivecidas em que se discute se o ponta de lança do Hamas marcou um golo legal ou se o guarda-redes de Israel tem razão em pedir ao árbitro que marque falta. Certeza absoluta, só a da morte e, mesmo assim, há quem duvide. Tenhamos calma, que o Mundo já está muito agitado e precisa que ouçamos mais do que o nosso umbigo.