Em 19 de abril escrevi, aqui, um texto em que manifestava a minha indignação por se estar a lançar um concurso para a nova ponte do metro do Porto no Campo Alegre com uma rigidez de condições (pontos de amarração da ponte nas margens e cotas do tabuleiro) que contrariavam o PDM em vigor e que, forçosamente, teriam um brutal impacto na sua inserção na cidade do Porto.
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Indignação que se estendia ao facto de os autarcas do Porto nunca terem sido consultados sobre o assunto, que era tratado com "ensurdecedor silêncio" por parte de Rui Moreira e da sua equipa. Abordei, depois, o tema na Assembleia Municipal, perante o desdém do presidente da Câmara e do seu vereador do urbanismo - no fundo dizendo "lá está ele a levantar problemas quando a ponte está prevista para o local há anos" (na verdade mais para jusante, o que faz toda a diferença...). Conhecidas as ideias vencedoras do concurso, a Universidade do Porto veio dizer que o projeto não cumpre os compromissos assumidos pela Metro do Porto e que a sua inserção junto à Faculdade de Arquitetura é uma vergonha. Perante o clamor de críticas (o próprio JN vai proporcionar uma reflexão sobre o tema), Rui Moreira, como lhe é habitual, procura sacudir a água do capote: diz estar "preocupado" e que "aquilo que está a ser lançado é uma nova ponte com um conjunto de problemas que se colocam a nível de inserção na cidade, que naturalmente é uma decisão tomada pela Metro do Porto e que nós iremos tentar monitorizar". O problema, dr. Rui Moreira, é que a Metro avançou para esta solução com a concordância da Câmara. O que faz das suas afirmações um exercício de cobardia e hipocrisia...
Engenheiro