Quase 50 mil jovens foram colocados, na 1ª fase, no Ensino Superior Público. Os jovens portugueses e as suas famílias continuam a valorizar a Educação Superior, considerada o último reduto de esperança para melhores condições de vida.
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É uma excelente notícia para o país e, claro, para o Norte. Afinal, 9 dos 10 cursos com notas mais elevadas são no Porto, Braga e Aveiro. O País não é Lisboa e o Ensino Superior faz prova disso. Continuamos a ser um símbolo na resistência ao centralismo, com polos académicos inovadores, vivos e dinâmicos, que atraem os melhores.
Embora os resultados do Concurso Nacional de Acesso sejam relevantes, há outros dados que exigem uma reflexão. No ano letivo anterior, 1 em cada 10 dos estudantes colocados não efetuou a matrícula. Depois, 1 em cada 10 dos inscritos desistiu do curso. A análise das desistências deve ser tão importante como os resultados das colocações. Os estudantes precisam de condições para alcançar a meta com sucesso, começando, claro, por um quarto condigno que contribua para o seu sucesso escolar.
Mais, estes jovens têm esperanças que não podem ser goradas. O investimento feito no percurso académico dos novos estudantes não pode ser desperdiçado. Portugal precisa de ter nota positiva na fixação de talento nacional, ao invés de exportar gratuitamente jovens diplomados. Sem mudanças no meio profissional, mais colocações no Ensino Superior não terão resultado em maior número de profissionais a contribuir para a sociedade e economia portuguesas.
Numa semana marcada pela apresentação dos melhores números possíveis, recordo que a colocação é apenas um início.
* Presidente da Federação Académica do Porto