Onegócio da venda do BPN a um banco luso--angolano representado, ao estilo dos romances de intriga circular, por uma eminência do cavaquismo, preparado na "semper fidelis" Caixa, para cuja Administração foram entretanto nomeadas outras eminências de idêntica colheita - algumas eminentes justamente pelas funções que desempenharam no BPN - é redondo e labiríntico q.b. para, como Cadilhe diz, não restar senão dar os parabéns a Mira Amaral, o herói que mais uma vez foi buscar lã ao Orçamento de Estado e, em vez de vir de lá tosquiado, tosquiou o Orçamento.
Corpo do artigo
Espera-se agora que o mais famoso pensionista de Portugal (uma reforma de 18 156 euros por mês após ano e meio como administrador da... Caixa e adivinhe-se em que Governo: PSD/CDS) não tarde a publicar o seu aguardado "best seller", espécie de Dale Carnegie à portuguesa: "Como ter amigos e ser feliz nos negócios".
À semelhança do popular "João Rendeiro/Testemunho de um banqueiro", onde "um dos investidores mais ousados e respeitados no mercado financeiro português (...) desvenda a sua estratégia de fazer negócios", a obra será de incalculável utilidade para inúmeros investidores que sempre quiseram saber como se fazem negócios com o Estado mas tiveram vergonha de perguntar.
Principalmente quando, com o património público em saldo - transportes, energia, água, Correios... -, estão aí à porta muitos negócios tão ou mais excitantes que o do BPN.