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Ruben Amorim justificou a saída do Sporting com o surgimento de convite que se recusado poderia nunca voltar a repetir-se. O Manchester United bateu-lhe à porta e era impossível dizer não a tal gigante (ainda que em crise) e ao mais prestigiado campeonato do planeta. O mesmo aconteceu a Sérgio Conceição, com a abordagem do AC Milan para substituir Paulo Fonseca. Apesar do passado ligado ao rival Inter, o ex-treinador do F. C. Porto foi claro quanto ao que o levou a aceitar a proposta dos rossoneri e a voltar a Itália, onde brilhou como futebolista (Lazio, Parma e o referido Inter). “Estou a treinar uma das melhores equipas da história, quando recebi o convite não podia dizer não”, disse na apresentação.
À semelhança de Amorim no United, Conceição assume o AC Milan com a missão de devolver os rossoneri às glórias de passado longínquo, mas também sem tempo para treinar e implementar as ideias que defende. Foi chegar e começar a preparar a disputa do primeiro troféu, a Supertaça de Itália, trocando Milão por Riade (Arábia Saudita), palco de uma estreia [ontem] marcada pelo reencontro com o filho Francisco, agora do outro lado da barricada, já que defende as cores da Juventus.
Conceição e Amorim aceitaram convites que lhes lançam desafios enormes enquanto treinadores, se calhar ao nível dos míticos doze trabalhos de Hércules. Em Manchester, as coisas estão a correr (mal) de uma forma que o ex-técnico do Sporting nunca teria imaginado nem nos piores sonhos. O que vive Amorim deve servir de alerta para Conceição. Como o próprio admitiu, será julgado pelos resultados que conseguir na Serie A italiana (o AC Milan ocupa o oitavo lugar) e na Liga dos Campeões, onde a equipa está bem colocada para passar à fase a eliminar. Dentro de cinco meses, se nada de anormal acontecer até lá, ficaremos a conhecer o veredicto. Boa sorte, Sérgio Conceição!