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Há grande falta de confiança no futuro do Mundo e do País. Mas é preciso recuperar deste "estado de espírito" em nome do futuro. Sabemos não ser fácil mas é essencial, por compromissos geracionais e evolução social e cultural. Três campos o exigem para equilíbrio do modelo de vida futura: o sistema ambiental, reencontro do Homem com a Natureza; o sistema social, paz e respeito pelo direito dos povos à sua identidade própria; o sistema educativo e sanitário, oportunidades idênticas para todos no acesso à educação, cultura e saúde, independentemente das possibilidades financeiras.
Tudo isto está hoje em risco, daí o sentimento de frustração social que percorre as nações e nos angustia no nosso quotidiano de vida. Andamos zangados com o Governo, desiludidos com a Oposição, descrentes na Europa e na sua relação com o Mundo, com receio íntimo das ameaças de conflitos e guerras. Ou seja, falta-nos confiança no futuro!
Um povo sem estratégia de futuro é como um barco à deriva, sem comando nem rumo num mar encapelado, sujeito a vicissitudes que não controla, fácil de ser vencido, sem "alma própria". Para dizer que precisamos de "recuperar a alma", acreditar nas nossas capacidades históricas, corrigir vícios e defeitos acumulados, meter "mãos ao trabalho" e não adormecer à sombra daquilo que ninguém nos dá sem custo, limpar os balneários da incompetência, afinar os códigos da seriedade, dar oportunidades à Nova Geração em condições que ela acredite que vale a pena cá dentro e não debandar.
Parece simples, mas não é. Exige discernimento e coragem, seriedade e compromisso aos políticos, nova ética e civismo na vida social e em nome do futuro. Se queremos avançar na conquista, não podemos adormecer em lamúrias ou tolerar falcatruas, seja de quem for o Poder.
* Arquiteto e professor