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Que a vida pública anda confusa, poucos duvidarão. Única certeza, pelo caminho que as coisas levam, o futuro político e social do País não promete saída brilhante. Governo fraco e oposição incerta, não são caminho para fortalecimento estratégico no palco incerto europeu.
Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos não ignoram isto, muito menos o “clima de festa” com que a extrema-direita assinala o seu comportamento. Quanto pior melhor não interessa a ninguém sensato e os portugueses, em geral, sabem isso, pelo facto de terem sensatez e lhes tocar no quotidiano.Significa que haja entendimentos sobre problemas essenciais do futuro do País, claro, porque os radicalismos de um e outro lado nunca serviram o interesse moderado e pacato da nossa sociedade e o que se ouve contra este princípio é isso mesmo. Daí esta aproximação às questões essenciais e centrais da sociedade portuguesa responsabilizar poder e oposição, seja AD e PS e quem mais puder e quiser vir atrás. Tal como no futebol, não importa ganhar só a penaltis, mas procurar ter “fio de jogo” consistente sem andar “à canelada” porque é mais mediático ou anula o adversário.
O País e a Europa, para não ir mais longe, pedem sensatez, pois sem ela a “justiça social e económica” derraparão a níveis que só agravam a vida dos periféricos e mais frágeis, que todos sabem ser o caso português, não de agora mas historicamente. O avanço que precisamos de dar na economia e capacidade produtiva, na modernização de infraestruturas, na melhoria da coesão social, ensino e justiça, não se alcançam com radicalismos ou retóricas vazias, exigem pensamento e trabalho, compromisso e entendimentos razoáveis. Será que os políticos entendem isto? Esperemos que “sensatez madura” vença oposição de “meia tigela”.