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Seis da manhã. Arranca a caminhada para a festa do ano. 15 de agosto. Senhora da Assunção. São nove quilómetros até lá acima. O frio da madrugada conduz-nos tranquilos, estrada a eito, monte acima, a fugir dos escassos camiões deste feriado. Sabemos que o país está em alerta. Não haverá festa. Não haverá procissão. Apenas a feira de todos os domingos e missas, várias. Não queremos saber. Vamos só porque queremos ir em família. Hora e meia e estamos entregues. O monte, belo, a acordar. Os primeiros feirantes a montar tenda. Esperamos. O café abriu e as bancas têm as primeiras arrufadas. Perfeito. Há GNR e bombeiros. Claro. E um vento fresco. E cadeiras para a missa campal. E queixas. Então com este fresquinho não sai a procissão?! Não. Mas podia bem sair. Não. Mas... não. Portugal tem de perceber de uma vez por todas. Não. São três letras. N Ã O. Se é a fé que nos move, não precisamos de fogo de artifício. Se é convívio, menos ainda. Não. Se o monte da Assunção se incendiasse, ninguém saía de lá vivo. Ponto.