Parece surgir, finalmente, algum bom senso. Não sabemos o que se discute nos bastidores, e muito deve ser discutido. No entanto, o que tem vindo a público no palco desta guerra, em direto nas nossas casas 24 sobre 24 horas, são declarações contrárias a uma solução para o conflito. A visita de Joe Biden à Europa e sobretudo as suas palavras proferidas na Polónia são mais gasolina atirada para um fogo já de si descontrolado.
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Simbólica tinha sido a participação, pela primeira vez na história, de um presidente norte-americano num conselho da União Europeia. Na Polónia, Joe Biden deixou para trás o simbolismo e as suas declarações são, pelo menos, incompreensíveis, num cenário em que tudo se deve fazer para pôr um ponto final no devastador conflito.
Talvez tenham sido a gota que transbordou e ainda bem. Emanuel Macron não tardaria a reagir, dizendo o que a qualquer um parece óbvio. Para o presidente francês, o objetivo principal será um cessar-fogo, pela via diplomática. Para isso, deve evitar-se a escalada de palavras e ações, no que foi seguido por um representante do Governo do Reino Unido. A própria Casa Branca parece ter percebido a gravidade do discurso e veio esclarecer que, afinal, Biden não disse o que disse.
Nesta guerra, como noutras, não há vencedores, apenas vencidos. Os europeus saíram ontem à rua, em várias cidades, a pedir a paz. Em Lisboa, como no Porto, houve quem se juntasse e em vez de clamar pelo som das armas, pediu o fim do conflito. E não se confunda o apelo contra a guerra como apoio ao invasor, ao governo de Putin, como entendeu Rui Moreira, ao fechar o Rivoli a um concerto pela paz. O executivo da autarquia do Porto considera os promotores da iniciativa, que já organizaram outros concertos pela paz no mesmo espaço, uma organização comunista e de apoio ao inimigo invasor da Ucrânia. Só há uma forma de encarar esta guerra: pedir o seu fim.
Editora-executiva-adjunta