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No próximo dia um de janeiro, Vila Nova de Famalicão torna-se Região Empreendedora Europeia. O título atribuído pelo Comité das Regiões Europeu consagra um território de excelência ao nível do empreendedorismo público e privado, um território que ao longo de décadas se tornou chão fértil para grandes multinacionais aqui medrarem, como são exemplo a Continental, a Leica e a Olbo e Mehler, e que foi berço de empresas nacionais de referência internacional, como a Riopele, a Primor, a Salsa, a Porminho, a Vieira de Castro, a Têxtil Manuel Gonçalves, entre tantas outras. Em todos estes casos, a produção industrial evoluiu ao longo dos anos para produtos tecnicamente avançados e de valor acrescentado, que fizeram destas empresas verdadeiros polos de investigação e de inovação mundial, o que atesta bem da qualidade das suas administrações e dos seus recursos humanos.
Porém, esta realidade contrasta com outra. A de um território de estradas nacionais degradadas, sem investimento público nacional em transportes públicos e com um hospital a sofrer com as fragilidades nacionais do SNS.
Esta absoluta contradição é consequência de um centralismo nacional que não tem procurado ser um elo propulsor de desenvolvimento local, como se isso fosse indiferente ao próprio desenvolvimento nacional. Não é! Tenho esperança que um dia, que desejo tão próximo quanto possível, o Governo da nação perceba que para boa colheita é preciso lançar sementes no melhor terreno e este, ao nível empresarial, não está seguramente só nas grandes áreas metropolitanas do país.
É preciso que Portugal olhe para Famalicão como o Comité Europeu das Regiões o fez e dê o devido valor ao terceiro concelho mais exportador de Portugal e aquele que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial.
SOMOS JN
Na última semana fez-se História pela negativa. Pela primeira vez no século XXI, o “Jornal de Notícias” não apareceu nas bancas. A greve dos trabalhadores em protesto contra a intenção de um despedimento coletivo por parte da administração do grupo fez soar o alarme e justifica a incompreensão e a revolta. O “Jornal de Notícias” é um baluarte da democracia nacional, alimentando diariamente a opinião pública com informação jornalística rigorosa, isenta e com uma disponibilidade para olhar para a dimensão regional que mais nenhum jornal nacional o faz. A missão do JN não pode ser diminuída, porque isso é diminuir o país. Em Famalicão, somos JN. Deixo aqui um abraço de solidariedade para toda a Direção de informação e Redação do jornal.