Bragança rejubilou com a ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, o primeiro, na história desta diocese, nascido e batizado nesta cidade. É também o primeiro padre a ser ordenado bispo desde que D. Ivo Scapolo assumiu, em agosto de 2019, a missão de Núncio em Portugal, representante diplomático do Papa no país.
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Num ano, a arquidiocese de Braga recrutou entre os oriundos do presbitério brigantino o seu arcebispo e um bispo auxiliar. D. José Cordeiro foi nomeado arcebispo de Braga no dia 3 de dezembro do ano passado; D. Delfim Gomes foi-o no passado dia 7 de outubro, tendo sido ordenado no domingo passado. Isto apesar de este presbitério ser um dos mais diminutos do país, em termos absolutos, e o mais sobrecarregado quanto ao número de paróquias por sacerdote. De acordo com as últimas estatísticas disponíveis no Anuário Católico, em 2014 Bragança-Miranda tinha 77 presbíteros para 361 paróquias, o que dava, em média, mais de quatro para cada um. No país, esta média oscilava entre os 0,8 de Leiria-Fátima e os 2,7 de Portalegre-Castelo Branco. É certo que Bragança com Lamego eram as dioceses com menos população, pouco mais de 130 mil habitantes. Contudo, Bragança é a quinta mais extensa do país, com 6545 km2.
Hoje o clero diocesano reduz-se a 62 padres. Destes apenas 39 são párocos, uma vez que os outros não exercem o seu ministério devido à idade avançada, à doença ou por estarem a residir fora da diocese. A média sobe para mais de oito paróquias por pároco.
É neste contexto que o contributo do presbitério de Bragança-Miranda para o episcopado português adquire maior relevância. Deveria, por isso, esta diocese ser recompensada. Outras dioceses poderão disponibilizar alguns dos seus padres, porventura aí subvalorizados, para ajudarem a colmatar saídas como as de D. José Cordeiro e D. Delfim Gomes.
*Padre