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As estações do tempo estão diferentes, alterações climáticas são responsáveis, mas o outono no Porto trouxe à cidade as habituais cores do cair da folha, em passeios de ruas e jardins, com os vermelhos e laranjas queimados que, por falta de recolha, emprestam aos pavimentos uma bonita “tapeçaria” urbana.
Na Faria Guimarães, a minha rua, o espetáculo é elucidativo, embora recomende cuidados especiais para não escorregar, mas costuma dizer-se “não se pode ter tudo de borla” e beleza e eficácia nem sempre andam juntas. A limpeza das nossas ruas já não é o que era há décadas, como outras coisas alteraram-se os processos, mas bonitos desleixos como este até se toleram enquanto não voltam as chuvas, pois inclinados como são os arruamentos com “espinha dorsal” na Constituição, o arrastamento de folhas e detritos em direção ao rio entopem “bueiros” de águas e complicam funcionalidade de arruamentos.
O problema da funcionalidade dos arruamentos não é este, nem sobretudo este depende do estado dos pavimentos e do calendário de obras nos mesmos, mas a conjugação dos dois interesses, fluidez funcional e qualidade da via, implica racionalidade nas intervenções e rapidez nas mesmas, incluindo noturna para redução de perturbações funcionais.
No Porto o problema precisa de ser pensado seriamente, pois há arruamentos centrais e principais, como a Constituição, onde o desgaste é visível e o remédio não é fácil. Contudo, hoje, trata-se de elogio estético de cor citadina e não de alerta, que fica, também. A cidade é um todo, que merece ser estimada sempre!