A "ressurreição" de Cavaco Silva no evento do PSD que juntou os seus autarcas aos principais responsáveis do partido veio mais uma vez pôr na agenda política e mediática a questão das atuais relações entre o presidente da República e o primeiro-ministro.
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Num jantar recente com um casal de amigos antigos, estava também um dos filhos deles, que está naquela idade que nos meus tempos de adolescente se diria que é a altura de começar a namorar. Derivada a conversa para esses temas o rapaz passou a explicar-nos o estado atual dessas coisas e introduziu-me um conceito que desconhecia por completo.
Fiquei então devidamente ciente que agora os novos relacionamentos comportam várias categorias, que não se esgotam no velho conceito de namoro e namorados. Calma estimados leitores com filhos namoradeiros e namoradeiras, porque namorar, ser namorado ou ter namorado ou namorada ainda continua a existir e a ser possível. Com uma nuance não negligenciável. Agora podemos ser namorado ou namorada numa relação fechada ou numa relação aberta, querendo isso significar que à partida, em termos "regulamentares", a primeira não admite terceiros ou terceiras, enquanto no namoro aberto isso já poderá acontecer.
Outro tipo de relacionamento são os ficantes, designação que nunca tinha entrado nos meus ouvidos até este jantar. Neste caso o rapaz ou rapariga não assumem nenhum namoro, vão "ficando" um com o outro sempre que querem e podem, numa relação que como se perceberá não tem as variantes de fechada ou aberta como parece evidente.
Aqui chegados, o desafio é classificar a atual relação entre Costa e Marcelo à luz destes novos ensinamentos. Afastada à partida a hipótese de serem "namorados" numa relação fechada, resta a dúvida de saber se serão "namorados" numa relação aberta ou ficantes.
Se concordarmos com a maioria dos nossos comentadores e experts disponíveis na generalidade das nossas televisões, rádios e jornais, eu diria que o caso Galamba provocou a transformação da relação. Depois de vários anos de um namoro numa relação aberta (onde naturalmente existiram casos, casinhos e affaires de vária natureza provocados por terceiros) Costa e Marcelo são hoje claramente "ficantes". Vão ficando um com o outro ao sabor dos dias e das suas espumas.
Da próxima vez que estiver com o filho dos meus amigos, vou ter de lhe perguntar se é normal que um casal de namorados em relação aberta possa transformar-se tranquilamente num casal de ficantes de uma noite para outra. Ou se é uma coisa só para "cotas"......
*Empresário