<p>O tema da crise faz parte do debate político, das discussões na rua, dos grupos de reflexão e…das páginas dos jornais. Quem hoje observa a União Europeia nota a sua existência aos mais diferentes níveis. Desde as intempéries naturais que têm colocado problemas de difícil, ou até impossível, resolução, aos problemas políticos e económicos que ameaçam tornar-se outro tipo de problemas muito graves, tem sucedido de tudo um pouco. Hoje a Europa espera pelo resultado de umas eleições britânicas em que tudo pode acontecer, até a possibilidade de a terceira força mais votada ter o maior número de deputados; fica atónita perante mais uma crise política na Bélgica que, a dois meses de assumir a presidência da União Europeia, vê o seu Governo demitir-se devido a questões linguísticas e de unidade nacional; e anseia pelo resultado eleitoral em estados, como a Holanda, necessários à estabilidade política do Velho Continente. Já quanto às questões económicas, e para além da questão grega, é evidente que o euro está a sofrer uma crise acentuada que leva a que, pela primeira vez, se preveja a sua alteração ou até mesmo o seu fim, com toda a instabilidade que lhe estaria associada.</p>
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Perante isto, Portugal vive uma situação muito difícil com uma dívida geral na ordem dos 300% do PIB (três vezes superior ao que é produzido), uma dívida pública amplamente suportada por não residentes (em cada 100 euros de dívida 78 são pedidos ao exterior), uma balança externa claramente deficitária, uma despesa pública próxima de metade do que o país produz, e uma produtividade muito fraca. É evidente que, face a este cenário preocupante, o país precisa de soluções e precisa delas como do pão para a boca.
O presidente da República apresentou algumas propostas salientando a possibilidade de a Norte e no Porto ser criado um pólo aglutinador de novas empresas criativas. Bem precisa a região e a cidade desse estímulo. Acredito que os agentes políticos tenham percebido a mensagem presidencial. Eu penso tê-la entendido e por isso estou a relembrá-la, a defendê-la e a multiplicá-la, até por que gostava que os meus filhos pudessem vir a trabalhar na sua cidade. Espero que ao presidente da República se juntem muitos daqueles que têm andado bastante adormecidos. Antes que o pão acabe...