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A crise que se vive em Braga é gigante e totalmente indisfarçável. Foram noventa minutos sofríveis, com uma equipa a arrastar-se no campo sem ideias, sem motivação e sem demonstrar qualquer capacidade para vencer. E o problema é que não foram apenas estes noventa minutos. São já quatrocentos e cinquenta minutos sem ganhar na Liga. Uma eternidade para um clube com as ambições e o investimento do Braga.
É claro que o antijogo e a forma como os árbitros o facilitam desespera quem aprecia o futebol, mas a anestesia provocada pelo desacerto da equipa foi tanta que adeptos e jogadores já quase nem se importaram com isso.
Era sabido que a aposta de longo prazo num treinador sem experiência comportaria riscos. Apesar disso, ninguém estava preparado para tamanha desilusão nem sequer imaginava que esta época se poderia transformar num pesadelo destes.
O Braga tem um problema sério para resolver. Carlos Vicens parece desconhecer totalmente o futebol português, faz opções que não se compreendem, utiliza uma tática que não está a resultar e, ainda assim, acha que o problema é "a falta de ambição e de luta".
Apesar do ambiente adverso no último jogo, é fundamental criar as condições para recuperar o ânimo e regressar às vitórias. Só uma série vitoriosa em Glasgow, Alvalade e Bragança poderá devolver o crédito a este treinador.
Se acreditamos? Mais vale ouvir o que o próprio diz: "Temos as armas para melhorar. Precisamos de focar-nos no trabalho e melhorar, e o primeiro sou eu". Apesar destas palavras, a pressão é imensa e as soluções são mais do que urgentes.