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Ao longo dos últimos dias, temos assistido a uma melhoria das condições salariais de profissionais em áreas essenciais para o normal funcionamento do nosso Estado social tal e qual o conhecemos e defendemos.
Certamente justas, em setores fundamentais como a defesa nacional e a saúde que, na mesma proporção do setor da segurança interna, são vitais para a nossa estabilidade e bem-estar comunitário.
Já as declarações, em forma de justificação, prestadas pelo ministro da Defesa, a asseverar que “nenhum militar ganhará menos do que aquilo que ganha um profissional da GNR ou da PSP”, atualizando, naquilo que é o quadro remuneratório de suplementos, o que não se mexia desde 2005, é que nos parecem completamente descabidas e injustas para, desde logo, os contemplados.
A contemporaneidade dos conflitos bélicos que proliferam um pouco por todo o Mundo, e que afetam decisivamente a sensação de segurança do mundo ocidental, impõem que tenhamos a capacidade de dotar a nossa defesa nacional das melhores condições possíveis e de profissionais motivados. E isto seria o suficiente para justificar as melhorias salariais sem ter de entrar em comparações com setores que desenvolvem atividades completamente distintas.
Curiosamente, quando se denuncia que a forças e serviços de segurança desempenhando funções idênticas, por exemplo, no âmbito da investigação criminal ou do controlo de fronteiras, são atribuídas remunerações e suplementos incomparavelmente distintos, os mesmos governantes usam um critério de evitação da comparação, criticando o uso da mesma.
Sobre esta disparidade, que indignou a opinião pública, continuamos sem entender e ver explicado o seu racional ou a sua motivação.