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A campanha militar desproporcional contra o Hamas, sob comando de Benjamin Netanyahu, está a atingir níveis que têm de ser travados. Não se apaga o que terroristas fizeram aos israelitas no dia fatídico de 7 de outubro do ano passado, mas a incursão do exército israelita na Faixa de Gaza está a deixar marcas muito próximas de genocídio e de atrocidades indescritíveis. Ainda no sábado, um grupo de soldados israelitas amarrou um palestiniano gravemente ferido no capô de um jipe militar e exibiu-o pela cidade de Jenin.
Mais grave ainda é que as Nações Unidas incluíram Israel, pela primeira vez na história, na lista de nações que violam os direitos das crianças em conflitos armados. O documento denuncia que nos territórios palestinianos foram reportadas as mortes de 9100 crianças.
A enfrentar manifestações dos seus próprios conterrâneos, Netanyahu também é condenado pelo Mundo fora. A ONU publicou uma investigação que não deixa margem para dúvidas. “As autoridades israelitas são responsáveis por crimes de guerra e crimes contra a Humanidade por atos cometidos durante os ataques em Gaza”, diz o texto, devastando o comportamento de alguns soldados israelitas, a quem acusa de cometerem maus-tratos, tortura e agressões sexuais. Na verdade, não são os únicos. A ONU também documenta e relata que vários grupos armados palestinianos cometeram crimes contra a Humanidade e violações dos direitos humanos, incluindo homicídio, tortura, violência sexual e tomada de reféns, entre eles, crianças.
Perante isto, há que agir. Este catálogo de horrores não pode continuar. Há várias semanas que a comunidade internacional exige que Israel e o Hamas aceitem um cessar-fogo. Ambos os lados não podem ser equiparados, mas a crueldade dos seus métodos torna-os iguais. E enquanto o Hamas é nitidamente terrorista, esperava-se de Netanyahu uma outra atitude por ser líder de um Estado democrático.