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O Douro está no mapa mundial dos vinhos de excelência e entre os principais roteiros mundiais de enoturismo. Inscrito na Lista do Património Mundial, reconhecidamente, é um bem comum, cultural, pertença do Mundo, que a todos compete valorizar.
Preservar o caráter único do Douro, a raridade e beleza da paisagem decorrente do trabalho que sucessivas gerações de durienses criaram, exige consciencialização política, social e económica no sentido da sustentabilidade de um território complexo e sensível.
A sustentabilidade exige soluções políticas e institucionais que mitiguem crises, como a que reina no setor do vinho. Mitigar o presente e prevenir o futuro do território devem estar presentes nos decisores públicos e privados.
Como bem referiu António Barreto, “o Douro é vinho. Está na paisagem! Está no quotidiano! Está no território!”. Acrescento, o vinho é a base de sustentação económica e social do território.
A crise noticiada exige medidas estruturantes e um compromisso de médio, longo prazo com o desenvolvimento do Douro, promotor de estabilidade, independentemente dos ciclos políticos.
O Douro de hoje precisa de políticas que atraiam investimentos portadores de inovação e emprego qualificado, de projetos indutores de criação, retenção e redistribuição de valor. Colocar a sustentabilidade no topo das prioridades coletivas requer convergência de esforços dos atores regionais e instituições mobilizadoras de consensos.
As medidas são conhecidas e passam por recuperar e atualizar as orientações propostas no “Rumo Estratégico”, trabalho realizado por investigadores da UTAD, devendo ainda ser considerada a reorganização institucional do setor.
Temos de estar à altura das nossas responsabilidades e ajudar a cumprir um Douro de sustentabilidade e de progresso, incluindo os decisores políticos que acreditam num Douro melhor e mais inclusivo.