Nestas divagações por ruas da cidade, trago hoje uma história de uma das artérias mais pequenas, em extensão e largura, do Porto. Rua Afonso Martins Alho, entre Mouzinho da Silveira e Flores.
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Perpetua um portuense brilhante, comerciante destacado da praça comercial portuense no séc. XIV, reinado de D. Afonso IV e que foi incumbido de se deslocar a Inglaterra onde assinou o tratado mais antigo entre a Coroa portuguesa por si representada e Eduardo III, rei inglês. Rua aparentemente menor para perpetuar um cidadão grande, momento significativo da cidade comercial produtiva e da importância que o Porto tinha nos negócios da Nação.
D. Afonso IV foi o Monarca que iniciou a construção da muralha medieval, continuada pelo filho D. Fernando e que lhe deu nome, “Muralha Fernandina”. Prova também do volume de negócios que esta “praça” movimentava e da ligação que já tínhamos com os ingleses e, daí em diante se reforçaria, com casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre e, já no séc. XVIII, com a Real Companhia das Vinhas do Alto Douro, no tempo do Marquês de Pombal e João de Almada, seu primo, nomeado Comandante de Armas e Governador da Cidade.
Este episódio, do titular da “tal rua curta e estreita”, que deixou o dito popular “fino como o Alho”, mostra a importância que o Porto sempre teve na criação de riqueza da Nação e hoje do País, quase sempre pouco reconhecida pelo Poder Central e que faz dizer-se que os portuenses não são “fáceis de assoar”, pelo sentido que sempre tiveram daquilo a que se chama o “interesse nacional”.
A rua é aparentemente menor, mas o carácter de quem lhe deu nome, esse foi historicamente de grande sagacidade e expressivo de uma “praça comercial” que ainda hoje honra as ambições do Portugal Europeu. Assim quem nos governa entendesse isto!