
O passado dia 2 foi o Dia Internacional da Não-Violência. Passou despercebido. Contudo, quando tanto se fala de (in)segurança, considero mais grave o estado da violência. Veja-se o caso da violência doméstica, que foi a causa de 13 mortes só no que vai de 2025 e de quase 8000 queixas, para se compreender a gravidade do problema.
Outra dimensão da violência é a agressão verbal com que alguns tratam outros por razões de origem geográfica, religião, escolha política ou até clubística. Está a aumentar, nas redes sociais e na rua, ou no triste espetáculo de alguns que se dizem contra a política e "o sistema", mas que os usam para ganhar votos.
Não sou católico praticante, nem sequer crente, mas marcou-me na minha formação a religião católica - creio que na de quase todos - que, como o Direito e as regras não escritas da civilidade, criam a consciência do que está certo e errado. A ideia da busca da paz, de que "todos somos irmãos", a par do primado da igualdade responsabilizam-nos.
Na luta contra a violência, importa debater ideias, sem ser contra alguém, porque nada nos faz superiores a outro. Sejamos intolerantes com a intolerância e saibamos as razões pelas quais somos a favor do que defendemos. Por isso, no dia 12, não votemos contra nada nem ninguém. Votemos a favor. A favor da pessoa e pessoas, da força política e das ideias que consideramos as melhores (ou menos más) para a nossa terra, com condições de promover mais bem-estar e igualdade.
