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São 16.30, ainda não há notícias dos titulares de Fernando Santos para o grande jogo contra a Polónia. Nos cinco canais de televisão, especialistas debitam um onze inicial provável com a credibilidade de uma empresa de sondagens envelhecida em cascos de carvalho. Estatisticamente é maior a probabilidade de acertar nos cinco números do Euromilhões que no onze do engenheiro. Dizem os mais críticos (sacanas) que Fernando Santos anda a criar um onze excêntrico todas as semanas.
Estou nervoso e na RTP3 tentam entreter-me com imagens de portugueses em Cracóvia em vez de polacas em Albufeira. Finalmente, é revelado o onze. O jovem Renato Sanches vai ser titular no lugar do João Moutinho e os comentadores de futebol portugueses rejubilam, e vem à memória a comparação com uma maçã mas, agora, da espécie Golden. Com o anúncio oficial do onze titular, de imediato, a seleção passou de Ronaldo e mais dez para Renato e mais 10,5 (jogava Eliseu).
No momento da transmissão televisiva do hino português notou-se um delay entre a imagem dos nossos jogadores a cantar e o som que nos chegava. O mesmo aconteceu logo aos dois minutos, já os polacos marcavam ainda não tínhamos entrado no jogo. O meio campo andava meio perdido até que, aos 33 minutos, Renato deu razão ao povo. De Sanches esperava, apenas, que não fizesse o que é suposto ir fazer no Bayern, assistir Lewandowski. Afinal, fez de Lewandowski e marcou um belo golo. Da primeira parte, ficava a sensação que "fomos" enganados duas vezes pelos alemães: no penálti que Felix Brych não assinalou e no preço que pagaram pelo Renato.
Na segunda parte não houve golos nem nada de especial a assinalar, tirando o facto de o Pepe fazer lembrar a Padaria Portuguesa: está em todo o lado. Lá íamos nós para um prolongamento. Ao entrar Danilo, cada vez mais acreditava na fé nos empates que nos levam em frente. O futebol são onze para cada lado e no final empata a seleção de Fernando Santos.
Nunca duvidei da nossa vitória nos penáltis. Estava confiante na fé de Fernando Santos e na fezada de Rui Patrício em adivinhar o lado para que os polacos iam rematar. E assim foi. Com uma estirada de Patrício e um rápido sinal da cruz do nosso mister, defendemos o penálti do polaco. Depois, as lágrimas de Quaresma fizeram o resto. Venha o próximo.
