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Se ser de Direita é respeitar as instituições, o princípio da soberania do povo, através do voto, sim, eu sou de Direita. Se ser de Direita é entender, nos termos da Constituição, que governa quem vence eleições e que os acordos políticos pressupõem estabilidade e durabilidade, então eu sou de Direita.
Se ser de Direita passa por defender a posição de Portugal na UE e no euro, sou de Direita. Se ser de Direita representa assumir a nossa vocação atlântica e a condição de membro fundador da NATO, então sou realmente de Direita.
Se ser Direita é também perceber que uma economia aberta e concorrencial, reservando ao Estado o papel de regulador, é condição essencial para o progresso e para a competitividade na cena internacional, eu sou de Direita.
Se ser de Direita corresponde a aceitar que os privados, regulados e fiscalizados, podem desempenhar atividades tradicionalmente públicas - como no setor dos transportes, da educação ou da saúde -, desde que garantido o acesso livre, universal e gratuito (para quem não tem recursos suficientes) e a devida comparticipação estatal, já que se tratam de serviços com uma clara função social, eu sou de Direita. Se ser de Direita é entender que há áreas de soberania das quais o Estado não pode exonerar-se, como sejam a justiça, a defesa e a segurança, então sou de Direita.
Se ser de Direita se traduz na defesa do Estado social, possibilitando igualdade de oportunidades a todos os cidadãos e apoio efetivo e digno em situações de fragilidade, sim, eu sou de Direita. Se ser de Direita significa defender o primado do indivíduo, a liberdade de iniciativa, de associação e de expressão, sou de Direita.
Para concluir, se ser de Direita é não ter vergonha de assumir os princípios e valores em que acredito e defendê-los com convicção, com respeito e com tolerância, então sou definitivamente de Direita. E tenho obrigação de dizê-lo.
P.S.: A morte de Paulo Cunha e Silva foi um acontecimento trágico, que causou comoção na cidade e no país. Conheci-o no rescaldo da "Porto 2001" e desde então acompanho com atenção o seu trabalho, a sua energia e a sua criatividade. Em apenas dois anos, consagrou-se como o melhor vereador da Cultura que o Porto já teve, deixando como legado inquestionável uma realidade de vida, de cosmopolitismo e de modernidade. Havendo, como era o caso, pessoas insubstituíveis, estou porém seguro que o trabalho de Paulo Cunha e Silva terá em Rui Moreira e na sua equipa uma certeza de continuidade e de desenvolvimento.