Corpo do artigo
Esta semana, o Sr. Primeiro-Ministro marcou presença na receção aos novos estudantes da Universidade do Porto e, como tal, não podia deixar de o interpelar e fazer ecoar a voz dos estudantes.
Recordei que aquele momento era apenas o início do caminho e que os estudantes precisam de condições para alcançar a meta com sucesso, em particular, de um quarto digno que as famílias portuguesas consigam suportar. Também lembrei que, desde 2018, os estudantes denunciam a falta de alojamento e que a sua resolução foi adiada. A ausência de respostas para os problemas dos estudantes é reflexo da redução da participação estudantil, que foi imposta nos órgãos de governo das universidades e politécnicos.
Alertei que é preciso mais: mais ambição, mais camas públicas, mais rapidez e melhor acesso. Embora a Universidade do Porto tenha dado um sinal positivo, disponibilizando 54 camas, os resultados ficam aquém das necessidades para uma Universidade que cresce a cada dia e que quer ser mais metropolitana e internacional. Este exemplo contrasta com outras instituições da nossa Academia, que não tiveram, até ao momento, qualquer cama a acrescentar às que dispõem. As instituições de ensino têm uma obrigação moral para com os estudantes e essa responsabilidade não se esgota nas paredes da sala de aula.
Pedi ao Sr. Primeiro-Ministro que este flagelo seja discutido em sede de Orçamento do Estado, mobilizando recursos além do PRR. Afinal, enquanto existirem estudantes condicionados no seu percurso pela falta de alojamento, o problema não está ultrapassado. Se os estudantes encontraram soluções, o Governo e as instituições de ensino têm de o conseguir. Dê por onde der.