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Fomos educados na convicção que quem se propõem representar-nos são pessoas preparadas para o efeito, donas do conhecimento e do saber estar que as funções governativas exigem. A multiplicação de "debates" autárquicos multitudinais em direto prova-nos à exaustão que fomos enganados. Debates entre aspas porque ali, entre tanta gente, não se debate coisa nenhuma. Tem-se apenas tempo muito contado para desfiar propostas atropelando a dicção, muitas vezes sem responder à alegada pergunta de quem tem a tarefa de pôr ordem na casa, e, com sorte, enfiar uma ou outra acusação, bastas vezes insultuosa, aos mais bem classificados na corrida. Quanto à prometida elevação de todos, sobra a vergonha alheia perante algumas declarações e alguns declarantes que nos faz mudar para a novela. Aí, pelo menos, é a fingir.