Decisões simples, resultados extraordinários
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Num mercado cada vez mais competitivo, onde a inovação tecnológica e a sofisticação estratégica dominam o discurso, é fácil esquecer que, muitas vezes, as soluções mais eficazes residem na simplicidade.
Um exemplo clássico vem da Colgate. Nos anos 70, a marca aumentou as suas receitas através de uma estratégia quase óbvia: alargar ligeiramente a abertura da pasta de dentes nas embalagens (de 5 para 6mm). O produto era o mesmo, o preço não mudou, a experiência do consumidor também não sofreu alterações significativas. Mas o efeito foi imediato: o consumo aumentou, e com ele as receitas.
Este exemplo mostra como a simplicidade pode ser poderosa. Nem sempre são precisas grandes revoluções tecnológicas ou investimentos milionários para crescer. Às vezes, basta observar o comportamento do consumidor e tomar decisões pragmáticas.
O Futebol Profissional em Portugal pode aprender com esta lição. Muitas vezes, a indústria concentra-se em projetos gigantes (novos estádios, reformas estruturais ou contratos complexos) quando, na realidade, pequenos passos podem gerar resultados tangíveis já amanhã.
Bilhetes combinados ou promoções em horários estratégicos, merchandising segmentado com edições limitadas ou produtos adaptados a diferentes perfis de adeptos, experiências de hospitalidade acessíveis a pequenas empresas locais, subscrições digitais low-cost com conteúdos exclusivos e bastidores, ou a melhoria contínua da transmissão dos jogos adaptada ao consumo mobile são exemplos de ações simples que podem ter grande impacto. Tal como a Colgate demonstrou, não é preciso mudar o produto para aumentar receitas; basta repensar a forma como o disponibilizamos ao mercado.
O futebol não precisa de esperar por grandes reformas estruturais para crescer. Precisa, sim, de assumir uma mentalidade mais empresarial, identificando oportunidades imediatas que, na sua simplicidade, podem criar valor económico de forma exponencial.
Se uma ligeira alteração na abertura de uma embalagem levou a Colgate a aumentar receitas, porque não poderá o Futebol Profissional reinventar-se também através de pequenos ajustes inteligentes?