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Há oito dias escrevi que, em relação ao jogo com o Santa Clara, o Benfica teria de ter a mesma paciência, mas ser mais acutilante contra o previsível "autocarro" do Qarabag. Enganei-me redondamente. Nem paciência, mesmo depois de estar a ganhar por 2-0, nem acutilância, com a exceção da primeira meia hora, nem "autocarro", pois os azeris pressionaram sempre alto e bem. De prognósticos encerro a época, que ora recomeça para o Benfica, depois da inevitável saída de Bruno Lage após aquele resultado, exibição e, sobretudo diria eu, conferência de imprensa. Regressou Mourinho, 25 anos e 26 troféus depois, de forma inesperada é certo, mas para cumprir o destino que parecia traçado desde que há um quarto de século (?!) de lá saiu. Chegou, viu... e, primeiro, conquistou os adeptos com uma frase reveladora que conhece o Benfica e os benfiquistas e, duas noites depois, uma passada no Seixal e outra em Gaia, venceu nas AVS de forma clara e tranquila como não se via desde o jogo da Liga contra o Tondela para descanso dos corações benfiquistas. Antes, confessou que não iria "meter muito o dedo" por falta de tempo, mas o que se viu, mais do que dedos, foi mais cabeça, sobretudo na segunda parte, em que o Benfica soube ser dominador, sem conceder qualquer chance ao adversário como há muito não se via. Com mais ou menos dedo, mas muito mais cabeça, o coração dos benfiquistas pôde, enfim, sossegar para que na terça-feira e de regresso a casa possa aproximar-se da liderança do campeonato e ganhar a confiança que parece ter sido perdida em apenas cinco dias. Só assim, com muito coração, mas também razão e cabeça, o Benfica poderá fazer o que é preciso - ganhar!
*Adepto do Benfica