Começo por fazer o devido "disclaimer" para que se não façam interpretações erradas acerca das palavras que se seguem.
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Não votei PS e sempre defendi que Pedro Passos Coelho devia ter continuado a governar Portugal, e hoje, mais do que nunca, tenho a firme convicção que este meu país estaria agora bem melhor se assim tivesse acontecido. Hoje, seguramente, não teríamos, como infelizmente temos, um Serviço Nacional de Saúde, falido e incapaz, que não chega aos cidadãos. Em 2015 numa avaliação efetuada pela ONG "Save the Children" Portugal aparece classificado como o 16.o melhor país para se ser mãe (num universo de 179). Em 2015 a esperança de vida média ao nascimento era de 81,3 anos superando a média da União Europeia. Estes e outros indicadores pioraram.
Mas democracia é assim mesmo e como democrata convicto aceito, sem dramas, a sentença que o eleitorado ditou.
Preocupo-me agora, isso sim, com a recuperação do SNS, com o desiderato de voltarmos a ser um país que assegura devidamente o bem-estar e a saúde dos seus cidadãos numa senda de eficiência, de qualidade de serviços e melhoria contínua.
Estes sim são problemas importantes para os portugueses e que exigem respostas urgentes por parte de quem governa.
Recentemente nomeado, o ministro da Saúde Manuel Pizarro, bem conhecido e reconhecido no setor, em minha opinião tem todas as condições para prestar um grande serviço ao país tirando o SNS da penosa situação em que se encontra.
Temos a governar alguém que conhece o setor, os seus problemas e, o que não é despiciente, tem também noção das soluções e dos caminhos para a elas chegar.
Por isso a bem da saúde dos portugueses seria bom que fosse dada, a este ministro, oportunidade para fazer o que tem de ser feito.
E, choca-me ver que numa situação tão difícil e em que devíamos todos estar empenhados em ajudar a resolver a grave situação do SNS, haja quem se preocupe unicamente, todos os dias, em destruir e desacreditar o ministro - na secretaria, com razões comezinhas, permanentemente à procura de "motivozinhos" para complicar e distrair.
É manifestamente uma postura condenável que reflete falta de sentido de Estado.
Desiluda-se quem pretenda concluir que estou a ajudar quem quer que seja.
Manuel Pizarro escusa de estar descansado, pois estarei na primeira fila dos críticos, e serei daqueles que mais alto falarão se daqui a algum tempo nada tiver melhorado no nosso Sistema de Saúde.
Serei crítico se continuarmos sem médico da família para todos os portugueses conforme prometido.
Serei crítico se continuarem grávidas e crianças a encontrar serviços fechados.
Serei crítico se os Serviços de Urgência continuarem a não cumprir com a sua função.
Serei crítico se os médicos e restantes profissionais de saúde continuarem maltratados e sem boas perspetivas para o exercício da sua profissão.
Serei crítico!
Mas só nessa altura e por razões de interesse do meu país.
Até lá, por favor, deixem o ministro trabalhar. Eu sei que ele sabe o que fazer e é urgente salvar o SNS.
*Médico