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Da América não chegam à Europa bons ares democráticos e, nesta Comunidade distraída, os ventos para os travar também se assemelham confusos, incluindo nesta velha Nação de Camões, onde o Poema parece dar lugar à aldrabice.
Não vamos bem, na casa comum nem na nossa própria e, como nos diz respeito a todos, é preocupante.
A memória de políticos de décadas anteriores, em todos os partidos, deveria fazer pensar os que hoje nos representam, pois o caminho que seguem e que lhes foi preparado sem fazerem esforço, é rigorosamente oposto aquele que eles, os “antigos”, seguiam. Dizer que não temos “classe política” capaz, é pouco, pois os tempos e circunstâncias são diferentes, mas a matriz herdada devia pesar na memória, mesmo fresca, de quem actualmente representa os cidadãos e a Cidadania.
Vivemos uma crise geracional, mas atenção, isso não significa que não tenhamos uma geração jovem bem preparada e consciente dos valores cívicos e culturais da Democracia, mas os “aparelhos partidários” fecharam-se sobre si próprios, produzindo “clones culturais” desligados dos cidadãos, de tal modo que influenciam a vontade crítica destes, irritando-os e levando a tomar posições extremas, pouco favoráveis a futuros social e cultural democráticos.
Também a nós parece que os políticos nos quem encaminhar para isso, quando precisamos de sossego social e lucidez para nos aguentarmos neste “barco comum" de águas revoltas. Esperemos lucidez e responsabilidade, pois o caminho não pode ser outro!