Corpo do artigo
A imigração é um fenómeno bem visível em toda a Europa, impulsionada pela contração da pirâmide etária e a necessidade de trabalhadores e motivada por conflitos políticos, pobreza e instabilidade social em diversas partes do Mundo.
Portugal não está imune aos padrões globais de migração, verificando-se um crescente fluxo de imigrantes de diferentes proveniências e distintos perfis sociais, económicos e culturais, atraídos pela procura de mão de obra e a segurança, sem esquecer a mobilidade ao abrigo do estatuto de proteção internacional ou motivada pela busca de oportunidades nas áreas da educação e da investigação.
É neste contexto que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, com o apoio da academia e de figuras da sociedade civil, vai promover, em 2025, um conjunto de eventos de reflexão sobre os desafios e as políticas de integração dos migrantes, o primeiro dos quais se realizou na semana passada na UTAD.
Segundo o último Censos (2021), Portugal perdeu 2% da população residente, sendo a diminuição mais acentuada nos territórios de baixa densidade. Nos últimos anos, têm sido registados saldos migratórios positivos, tendo aumentado a importância da população estrangeira no total de residentes, ultrapassando um milhão em 2023, cerca de 10% dos residentes.
Considerados por diversos agentes políticos e institucionais como garante de oportunidades económicas, de desenvolvimento e de coesão territorial, os imigrantes desafiam a necessidade de conjugar desenvolvimento sustentável e inclusão. A sua integração tem melhorado nos países europeus, de acordo com a OCDE, embora o processo de integração não seja idêntico em todos os lugares.
Tratando-se de um dos principais desafios do país, importa debater o modo como as estruturas de governo local, serviços descentralizados do Estado, empresas e associações, comunidades e sociedade civil têm respondido às dinâmicas migratórias e contribuído para a promoção da inclusão e da integração. Importa, igualmente, partilhar e disseminar boas práticas, políticas inovadoras e ouvir as experiências dos próprios imigrantes.
A capacidade produtiva e a sustentabilidade do país dependem, em boa medida, da capacidade de atrair e integrar imigrantes.