A educação é um dos temas centrais do verão: época em que regressam os exames nacionais, os jovens fazem as suas opções no concurso nacional de acesso e, no presente ano, foi relançada a discussão do RJIES, uma oportunidade para as instituições de Ensino Superior se reinventarem.
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Portugal mantém uma trajetória de convergência com a Europa em diplomados e jovens a frequentar o superior, contudo, persistem limitações na atração para o Ensino Superior de estudantes mais velhos e de grupos socioeconómicos sub-representados, na formação ao longo da vida e na articulação do Ensino Superior com o profissional.
O estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos revela que a expansão dos cursos profissionais contribuiu para reduzir o abandono e a retenção escolar, para aumentar as taxas de conclusão do Ensino Secundário e o emprego regional. Entre os desafios reafirma a necessidade de alinhar a oferta educativa com o mercado de trabalho, a criação de parcerias com empresas e modelos de formação em contexto laboral, projetos pedagógicos inovadores em áreas emergentes assentes em projetos multidisciplinares e modelos de associação entre instituições.
O conceito de fileira formativa deve ser potenciado no ensino profissional, privilegiando áreas de formação com impacto na atividade económica das Regiões, em especial nos territórios de menor pressão demográfica, potenciando a valorização dos recursos endógenos e o aumento de valor acrescentado dos bens e serviços.
O ensino profissional também é uma oportunidade para ingressar no Ensino Superior, o que exige um diálogo mais estreito entre as instituições de ensino, a administração pública, as empresas e o setor social, privilegiar formatos em contexto profissional, percursos flexíveis e modulares, ajustados às necessidades do mercado de trabalho.
Indubitavelmente, o país tem um longo caminho a percorrer na educação.