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Comemoramos hoje o 49.oº aniversário do 25 de Novembro de 1975, momento de celebração festiva pelo seu contributo para a consolidação do processo democrático em Portugal.
Com o entusiasmo presente de uns e o amuo ausente de outros, a Assembleia da República evoca solenemente esta importante data, honrando a História de Portugal e a pluralidade com que a democracia e a liberdade têm de ser vividas: muito bem.
Portugal, a Europa e uma parte do resto do Mundo vivem apreensivos com a nova etapa da vida dos Estados Unidos da América (EUA), após a expressiva vitória dos republicanos e de Donald Trump.
Em primeiro lugar devemos respeito à vontade dos americanos que conseguiram uma eleição de resultado expressivo e de ambiência tranquila, ao contrário do que tinha acontecido na anterior eleição, cabendo aos europeus receber de forma desafiante essa nova realidade que vai gerir os EUA a partir de 20 de janeiro de 2025, reforçando o compromisso de uma Europa forte no plano económico, coesa e relevante no plano político, parceira do seu importante aliado EUA, com reforçado empenho das instituições da União Europeia.
A Europa vive momentos de grande turbulência. Com uma guerra na Ucrânia a ameaçar alastrar para Ocidente, uma iminente recessão e uma crise política no seu motor Alemanha, uma França cheia de debilidades nas contas públicas e na ordem política, as pressões russas nos Países Bálticos e as tensões étnicas nos Países dos Balcãs. Com uma União Europeia em início de novo ciclo político e a braços com complexos dossiers, do quadro financeiro plurianual 2028/2034, da execução do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, da gestão das migrações e do alargamento que não pode continuar a adiar.
O Mundo em geral e o Ocidental em particular têm desafios gritantes, entre a força estável da NATO, a inércia da ONU, o crescimento político do BRICS, a diplomacia paralisante dos G20, o apoio a Israel mantendo uma paz sólida com os islamitas sunitas e criando paz com os xiitas (liderados pelo Irão), a criação de um Estado Palestiniano com o prévio entendimento dos “irmãos desavindos” da Fatah e do Hamas e um sólido acordo de paz com Israel, entre tantos outros desafios.
Este tem de ser o tempo do pragmatismo que cuide da fortaleza das democracias face à estabilidade e poder crescente das ditaduras e das falsas democracias, cada vez mais sólidas em termos económicos, fortes em termos militares e atrevidas em termos políticos.
A coragem dos políticos da área central do espetro, sociais-democratas e socialistas, tem de ser reinventada, sob pena dos extremismos de Direita continuarem a crescer, também em poder de governar, com a sua fórmula simples de demagogia conquistadora de vontades e de contestação aos regimes que querem governar, com todos os muitos riscos que isso acarreta.
Sigamos em frente e em liberdade responsável, apostando na força da nossa Europa e na sua parceria global e estratégica com os EUA.