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Ainda somos neandertais? Ainda somos australopithecus? Quão primitiva tem de ser a sociedade portuguesa para continuarmos a ter de falar constantemente de violência doméstica, nomeadamente contra as mulheres? Tantas perguntas. Por que há tão poucas condenações? Como se explica em termos de patologia clínica que um ser humano ache que pode ser dono de outro? Como é possível que os casos de violência doméstica se prolonguem durante décadas, sendo do conhecimento de amigos, famílias, instituições? Notícia seria o dia em que não publicássemos um destes casos. O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, estabeleceu, na tomada de posse, a violência doméstica como uma realidade “alarmante” que tem de ser trabalhada para evitar homicídios. Não chegamos a tempo, São. Desculpa.