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Sente-se no café, em amigos com quem se cruza na rua, em conversas de televisão, há um sentimento de desilusão que não ajuda a Democracia. As pessoas estão “fartas” dos políticos que por aí andam a “fazer pela vida” e os que conheceram passado mais preocupados ficam com o clima que vivemos e a gente que se candidata para nos governar. A questão é mundial e europeia, mas o nosso “retângulo” interessa-nos diretamente e isso agora conta, pois o vazio de propostas é chocante com a realidade.
Velho socialista que conheceu Soares e Zenha e seus adversários de altura, Cunhal, Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Pintassilgo e Nobre da Costa, faz dó assistir aos dias de hoje, onde as ideias e propostas para comandar o nosso Futuro são de uma fragilidade atroz, ainda maior nas gentes que estão por detrás delas.
Temos e devemos votar, embora com todas as dúvidas e eventuais desinteresses, pois isso é fundamental para a Democracia e representa também a Esperança de que nossos filhos e netos serão capazes de reajustar o caminho que terão de percorrer. Desencanto no Futuro é preciso combatê-lo, pois a geração jovem é bem preparada e não pode voltar as costas ao dia de amanhã e partir, deve participar na “vida cívica” e trabalhar naquilo que sabe fazer, sem se colar às jotas como porta de emprego, pois isso dá o espetáculo que temos, políticos que, no geral, mostram desconhecer os problemas reais do País e da população.
Conversa fiada à mistura com insultos não dignifica quem a isso recorre e contribui para este clima de desencanto que trespassa pela sociedade portuguesa, onde a estabilidade e segurança social e cívica são imprescindíveis para que a Democracia se aguente, contra “ventos e marés”. Vamos a isso!