Desfechos díspares para o final de ano letivo

Num ápice, mais um ano letivo chegou ao fim, exceto para as crianças da Educação Pré-Escolar e alunos do 1.° Ciclo, um desfasamento ininteligível entre os ciclos de ensino que impõe revisão a muito breve trecho.

O presente é de descanso para muitos e de avaliação para os que se submetem às provas finais e exames do ensino secundário. Almejam-se resultados favoráveis após um ano de marcantes vicissitudes na educação, de que a escassez de professores e o acolhimento de alunos imigrantes foram (e serão) os principais desafios, e em grande parte constrangimentos, colocados às escolas, com efeitos duradouros, e, por isso, a necessitar de soluções rápidas e eficientes.

O uso dos meios digitais foi a grande novidade introduzida na realização das provas finais do 9.° ano, e que hoje terminam (Português), perspetivando-se que decorra com uma normalidade consistente, incentivando, assim, o Governo a alargar este formato aos 11.° e 12.° anos de escolaridade.

É desejável que o ano escolar 2025/2026 traga renovada esperança a todos os profissionais que labutam nas escolas, sendo aconselhável que a revisão do Estatuto da Carreira Docente se efetive o mais cedo possível, dentro da janela temporal de 4 anos, “até final da legislatura”, anunciada recentemente pelo Governo, se invista na melhoria das condições de trabalho dos assistentes técnicos e operacionais e aumente a qualidade da intervenção da Educação Especial – o parente pobre de uma educação para todos (?!).

Paralelamente, é premente intervencionar as mais de 500 escolas sinalizadas para obras urgentes ou muito urgentes, obrigação outrora do Governo, e atualmente na esfera das autarquias, uma incumbência que deverá merecer o auxílio e a cooperação de quem quis empandeirar as principais responsabilidades para os 308 municípios, sem cuidar ou precaver as obrigações inerentes a tarefa tamanha.

Enquanto aguardam pelo normativo que “estabelece as regras a que deve obedecer a organização do ano letivo nos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário”, previsivelmente diferente em relação aos dos últimos anos, as escolas efetuam o intenso trabalho preparatório, esperando que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (cor)responda às necessidades identificadas. O sucesso de cada ano letivo começa muito antes do seu início.

Aos nossos alunos desejo bom descanso, provas superadas e finais felizes; aos educadores, professores e pessoal não docente, a continuação de excelente trabalho.