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Pandemia. Vivemos em estado de emergência. No primeiro dia de recolher obrigatório, o chefe do Governo dá uma entrevista à TVI e explica o conceito: "Saia, mas em segurança". Onde a lei determina proibição, a mensagem de António Costa relativiza a exceção. É difícil conceber tanto desnorte e contradição (proíbem-se mas já não proíbem as feiras; proíbem-se mas já não se proíbem as idas aos supermercados). Não admira que os setores da restauração e do comércio se indignem e reclamem compensação. Quando, em tempo de calamidade, o Governo se mostra fraco e inseguro, é o Estado que perde autoridade. Nenhum país, nenhum Governo e nenhum hospital estava preparado para a pandemia. O suposto seria que a primeira vaga tivesse trazido experiência e saber para lidar com a segunda. O nosso Governo, porém, "não estava a contar" que ela viesse tão cedo. Ouve-se e não se acredita que não tenha aprendido que a principal característica desta doença é a sua imprevisibilidade.
Joe Biden. Para além de ter ajudado o Mundo a livrar-se de um grave problema, a sua eleição é muito positiva. Antes de mais para os Estados Unidos. Mas também para a Europa, para a economia, para o comércio e para as relações internacionais, para o clima e para a qualidade da democracia. Sim, Biden pode não ser brilhante. Mas com quase 50 anos de carreira política, é por certo um líder preparado, experimentado e ponderado. E, sendo católico, com vocação para apaziguar e unir.
Açores. O Governo da República, viabilizado pelo PC e pelo Bloco, defende a saída de Portugal da União Europeia, do euro e da NATO? Apoia os regimes não-democráticos da Coreia do Norte, da China, de Cuba ou da Venezuela? O primeiro-ministro tolera as violações aos direitos humanos e as atrocidades praticadas nestes países, nomeadamente por questões de género, raça, crença ou ideologia? E subscreve a nacionalização de empresas e setores económicos, estatizando o mercado e abolindo a iniciativa privada? Não? Mesmo? É que é difícil perceber o drama em torno dos apoios à coligação PSD/CDS/PPM que vai governar os Açores.
*Empresário e Pres. Ass. Comercial do Porto