O Papa Francisco colocou a Igreja em Sínodo. Quer isto dizer: em caminho conjunto para ouvir o maior número de membros possível e acolher os seus contributos para a reforma da Igreja. Como em qualquer caminhada, uns vão mais depressa, outros vão mais devagar. Neste caso alguns estão a ver passar a procissão, outros tentam travar a reforma pretendida pelo Papa.
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Em Portugal há exemplos de tudo. Há até aqueles que fingem estar com o Papa mas que esperam que ele não tenha sucesso e tudo volte a ser como dantes, como denunciou Jorge Wemans num texto publicado no diário digital "Sete Margens". Ele admira-se por terem passado 15 dias sobre a publicação da síntese resultante da escuta promovida no Patriarcado de Lisboa sem que nenhum órgão de Comunicação Social nacional lhe tenha feito qualquer referência. A não ser a católica Agência Ecclesia.
Não é de admirar que tal tenha acontecido, conclui Jorge Wemans, uma vez que o "documento em causa não contém qualquer novidade". O título do seu texto: "Irrelevância, clericalismo e incapacidade de escutar".
Transparece, neste como noutros textos publicados no "Sete Margens", uma certa desilusão pela forma como está a ser vivido o processo sinodal em Portugal. De facto, só quem se ilude é que se pode desiludir. Contudo, não é baixando as expectativas que alguém se pode sentir satisfeito com as conclusões a que se está a chegar com a auscultação ao povo de Deus e dos que com ele convivem.
Felizmente, alguns países e alguns grupos, mesmo em Portugal, estão a aproveitar os desafios do Papa para refletirem sobre as razões da sua fé e questionarem-se sobre a Igreja a que pertencem. A seu tempo, como aconteceu com o Concílio Vaticano II, essa reflexão contagiará amplos setores da Igreja e provocará a sua conversão e reforma como pretende o Papa. Deus o oiça.
*Padre