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Aquecem as redes sociais com questões desnecessárias, se houvesse bom senso, aquilo que se verifica haver cada vez mais falta. Duas questões envolvendo o presidente da CMP, Rui Moreira, e que deveriam ser evitadas: as críticas ao treinador dos Dragões, futebolisticamente compreensíveis mas, sendo presidente de Câmara, deveriam ter outro nível; a polémica do monumento a Camilo e do abaixo-assinado dos 37, que não lembra “ao diabo”. Choca-me ver Rui Moreira envolvido nisto, porque tenho dele outra opinião e tem sido um bom presidente de Câmara. Choca-me também ver entre os “antimonumento” a Camilo alguns amigos que, francamente, nunca esperava. Acabou por vencer o bom senso e o Porto, cidade burguesa, liberal e republicana, continuará o seu caminho, mas não pode brincar com coisas sérias.
Sobre as redes sociais e o tratamento destes casos, e de outros da vida política, a linguagem, por vezes insultuosa, nada abona de quem a utiliza e do meio usado, hoje veículo de expressão de todas as descargas de descontentamento e maldizer. Isto importa porque é pulsar do “estado de alma social” e a nossa sociedade está num momento difícil e com bastantes “incendiários” à solta, alguns com responsabilidades políticas, a começar em representantes do partido do Governo, onde falta muita “pedagogia democrática”.
Participo pouco nas “redes” mas apercebo-me por ali da evolução da opinião pública sobre os principais agentes políticos e, pior, da importância disso na participação cívica e futuro da democracia. Pois, caros leitores, esta polémica camiliana mostrou isso mesmo, que a intolerância precisa de ser combatida com regras e o bom senso acaba por vencer porque corresponde ao enraizamento dos valores da cultura popular.