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Chegamos ao habitual ponto alto do ciclo olímpico e podemos arriscar prever que, daqui a menos de 15 dias, falaremos dos habituais resultados aquém das expectativas, salvo raras exceções. Lá virão as habituais conclusões de que apenas apostamos no futebol, que não temos políticas de apoio ao desporto e lá chegará a promessa de mais um plano estratégico - este, sim, é que vai ser - para o próximo ciclo olímpico.
Esta semana, o presidente do Comité Olímpico Nacional, José Manuel Constantino, afirmava, numa entrevista, que as “políticas públicas em Portugal são […] construídas sem memória. A generalidade dos governantes, e não apenas no desporto, chega aos seus lugares de poder e acha que o País começa a partir do momento em que se inicia a sua governação”.
Outro alerta importante é o de que o problema reside “na debilidade do nosso tecido associativo e na capacidade que tem de acolher o número de praticantes que desejam prosseguir uma via desportiva”.
Ou seja, voltamos às conclusões cíclicas destes períodos: é preciso mudar a forma como trabalhamos e apoiamos o desporto e, sobretudo, é preciso fazer evoluir as mentalidades. É repetitivo mas vale sempre a pena insistir porque um dia, quem sabe, talvez o objetivo seja alcançado.
Não deixa de ser estranho que um país em que a atividade física está tão disseminada (basta verificar a quantidade de ginásios que existem ou a dificuldade em ter vagas em tantas piscinas municipais) não consiga dar o salto e criar mais atletas com nível competitivo.