James Martin, um padre jesuíta, tem-se dedicado ao acolhimento de pessoas LGBT (lésbicas, gay, bissexuais e transgénero) que, por causa da sua orientação sexual, também são discriminadas dentro da Igreja.
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Em julho do ano passado recebeu o apoio do Papa Francisco. Enviou-lhe uma carta manuscrita em que elogiava o seu trabalho pastoral e sublinhava que ele era "um sacerdote para todos e todas, como Deus é Pai de todos e de todas".
No passado dia 5, colocou ao Papa três questões:
- O que é mais importante as pessoas LGBT saberem sobre Deus?
- O que gostaria que as pessoas LGBT soubessem sobre a Igreja?
- O que tem a dizer a um católico LGBT rejeitado pela Igreja?
O Papa respondeu brevemente às questões num bilhete manuscrito que o Pe. James Martin publicou, esta segunda-feira, no sítio "Outreach" - a página da Internet por ele criada para abordar a problemática dos católicos LGBT.
Está escrito pela mão do Papa, em resposta à primeira questão, que "Deus é Pai e não renega nenhum de seus filhos". Sublinhando aquilo que já tinha referido antes a James Martin.
Em relação à terceira questão, o Papa apresenta a Igreja como uma Mãe que não exclui ninguém. "Uma Igreja "seletiva", de "puro sangue", não é a Santa Madre Igreja, mas sim uma seita", denuncia o Papa.
O objetivo deste bilhete manuscrito não é questionar a perspetiva católica sobre a família, nem pôr em causa o seu caráter heterossexual e a abertura à vida. Traduz antes a preocupação do Papa em acolher a todos.
Esta era a atitude de Jesus, que não discriminava ninguém. Não se distraía com o secundário, mas concentrava-se no essencial da pessoa humana: ser criatura de Deus, ser seu filho. Assim se devem comportar, também, os cristãos. Não se deixando condicionar por nada, nem mesmo pela orientação sexual de cada um.
*Padre