Mais de 300 dias depois, os portugueses voltam a poder sair à rua sem se preocuparem com a obrigatoriedade de usar máscara. Nada mais positivo, sobretudo porque se trata de um sinal de haver luz ao fundo da pandemia.
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Apesar de o vírus estar ainda por dominar, o avanço da vacinação permite encarar o futuro com confiança renovada, um sentimento indispensável à retoma da normalidade que tanta falta fez durante este período difícil, cujas restrições resultaram em danos graves para a saúde mental, bem-estar geral e economia.
Fomos aprendendo ao longo do tempo, o desconhecido tornou-se óbvio em muitas situações, mas aquela sensação de que tudo é novo e, por isso, devem ser relativizadas as decisões absurdas já não colhe. No caso, é mais a falta de decisões, ou recomendações, sobre quando e em que circunstâncias não podemos prescindir da máscara.
Nem os bons exemplos parecem criar raízes no Estado. Começamos a recuperar os direitos que perdemos devido à covid-19 porque o processo de vacinação decorreu de forma organizada e intensa, graças ao contributo notável dos profissionais de saúde e a uma capacidade de organização sem precedentes, até pouco habitual no nosso país. Antecipação de problemas e clareza nas regras foram elementos decisivos nesta campanha. De volta aos maus tempos do início da pandemia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) ainda está a rever a orientação relativa à utilização de máscaras. Ou seja, chegamos ao dia D e, com sorte, teremos de esperar pelo fim do abecedário para saber as regras com que nos cosemos.
É evidente que está em vigor uma série de normas para espaços específicos e que o bom senso é um dever tão válido como qualquer decreto, mas é inadmissível chegar a este dia e ver a DGS deixar, outra vez, cair a máscara do habitual atraso em relação ao tempo.
Chefe de redação